18/11/2019 - Dentre os vrios temas, os 150 anos da Parquia de Nossa Senhora do Desterro
Marilndia est em festa desde Julho ltimo, quando comearam a ser celebrados os 150 Anos de criao da Parquia de Nossa Senhora do Desterro, padroeira local. Provavelmente a pessoa mais indicada para falar sobre a Parquia de Nossa Senhora do Desterro de Marilndia o Padre Paulo Srgio Diniz Mendes, principal condutor das celebraes do Sesquicentenrio.
Ex-proco de Cludio, desde 2011 Padre Paulo Srgio o paroquial de Marilndia (detalhe: o sexagsimo proco, de 1876 at hoje) e, tambm, atual Vigrio Geral da Diocese de Divinpolis-MG. Padre Paulo Srgio: 51 anos de idade (a completar em 1 de Janeiro de 2020) e 22 anos de sacerdcio (completados no dia 25 de Outubro ltimo). Jeito simples, atencioso, tranquilo e simptico. Sacerdote atuante. Observador atento e bom de papo, tpico de bom mineiro nascido em Itapecerica, cidade vizinha a Cludio.
Ao ensejo do Sesquicentenrio da Parquia de Marilndia, Padre Paulo Srgio Diniz Mendes gentilmente concedeu uma entrevista ao jornalista Geraldo Tadeu Arajo, colaborador do jornal Folha Claudiense. Vamos entrevista.
Folha – Parquia de Nossa Senhora do Desterro, 150 anos... Qual a primeira sensao que o senhor experimenta, como proco de Marilndia-MG, sede da Parquia de Nossa do Desterro, e presidente dos festejos do Sesquicentenrio?
Padre Paulo Srgio – Iniciamos as comemoraes do Sesquicentenrio na bonita e concorrida festa de Nossa Senhora do Desterro que se realiza todo ano, no segundo domingo do ms de Julho. A data de criao e instalao da Parquia 16 de setembro de 1870. A sensao de alegria, satisfao e responsabilidade, por viver um momento to especial da Parquia, que tem uma bonita histria de f, de tradies e uma gente boa e acolhedora.
Folha – A Parquia de Nossa Senhora do Desterro considerada uma parquia especial e emblemtica, por tudo o que anos a fio ela vem fazendo e representando junto ao Povo de Deus vinculado Igreja Catlica. Sem falar no respeito declarado que a Devoo a Nossa Senhora do Desterro vem merecendo de outros credos, ou denominaes religiosas. Como o senhor se sente no comando da Parquia de Nossa Senhora do Desterro?
Padre Paulo Srgio – Sinto-me muito feliz por viver meu ministrio presbiteral em Marilndia. Uma Parquia pequena no tamanho, mas grande na f e na devoo a Nossa Senhora do Desterro. Temos 4 Comunidades rurais (Lavrinha, Sabarazinho, Crrego do Areado e Bom Sucesso), mais 2 Comunidades urbanas (Tenda e Areo), alm da Matriz/Santurio. So vrias Pastorais e Movimentos que congregam nossos fiis no trabalho de Evangelizao. O povo de Marilndia um povo acolhedor, amigo e feliz. As atividades que propomos para o trabalho so sempre bem aceitas. Me realizo grandemente como pastor prprio desse querido povo.
Folha – Todo ano, no ms de Julho, milhares de fieis visitam Marilndia, para participar da festa anual em louvor Padroeira local. Este entrevistador, um desses visitantes, fica encantado e emocionado com as demonstraes de F e Devoo a Nossa Senhora do Desterro. A programao diversificada e atraente, rica sobretudo em atividades religiosas. Qual a avaliao do senhor?
Padre Paulo Srgio – A festa de Nossa Senhora do Desterro o ponto alto na vida da Comunidade de Marilndia. Costumo dizer que amos o ano comentando a festa: no primeiro semestre comentamos como ser a festa; e no segundo semestre como foi a festa. Fazemos o que chamamos de pr-novena, que a visita da imagem de Nossa Senhora do Desterro s comunidades rurais. sempre um momento emocionante nas comunidades. Fazemos tambm a novena preparatria envolvendo as Pastorais, Movimentos, Comunidades e o povo em geral. Contamos sempre com as presenas de padres convidados e realizamos barraquinhas aps as Missas.
Folha – Quais os dias mais movimentados da festa?
Padre Paulo Srgio – O sbado e o domingo da festa so os dias mais concorridos. So centenas de romeiros que viajam a p das cidades vizinhas para pedir e agradecer graas a Nossa Senhora do Desterro. Sem falar nos romeiros que viajam de nibus especiais, carros particulares e outros meios. Muitos caminham durante a noite e so recebidos pela comunidade com um saboroso caf, na porta do Santurio. Nos ltimos anos, o grupo maior que faz a romaria a p oriundo da Cidade de So Sebastio do Oeste. Em 2019 foram mais de 420 pessoas lideradas pelo casal Eduardo e Lindalva, que iniciaram essa caminhada apenas com 5 pessoas, para agradecer a cura da filha Iasmim. muito bonito ver a devoo e a emoo das pessoas ao visitarem o Santurio de Nossa Senhora do Desterro. O momento mais aguardado a Missa Solene de encerramento da festa, seguida da procisso com a imagem de Nossa Senhora do Desterro enfeitada em seu andor. Sempre com uma beleza encantadora, atraindo olhares, aplausos, lgrimas e preces de todos. No fcil descrever a festa de nossa Padroeira; a cada ano nos envolvemos e nos encantamos mais com ela. necessrio fazer a experincia de viver momentos to especiais.
Folha – Em particular na qualidade de proco, o senhor j deve ter ouvido muitas histrias marcantes e inesquecveis construdas ao longo dos 150 anos da Parquia de Marilndia. Histrias envolvendo personagens, agens, momentos e fatos (incluindo milagres...), etc. Conte um pouco para ns.
Padre Paulo Srgio – Realmente so muitos relatos de graas recebidas, verdadeiros milagres. Me lembro de uma jovem que participou da festa em julho e estava diagnosticada com cncer. Ela pediu a graa e j em janeiro do ano seguinte no tinha mais nada, estava completamente curada. E como expresso de gratido reuniu a famlia e os amigos e viajaram at Marilndia para participar de uma celebrao Eucarstica no Santurio de Nossa Senhora do Desterro, alm de oferecer um lanche comunitrio para todos os presentes. A jovem ainda promove em sua cidade a devoo a Nossa Senhor, rezando o Tero cada semana numa casa e sempre levando junto a imagem de Nossa Senhora do Desterro.
Folha – O senhor tambm j deve vivido outras interessantes experincias, no convvio pessoal e sacerdotal com seus paroquianos de Marilndia e adjacncias. Queremos algum destaque especial, a ttulo de ilustrao.
Padre Paulo Srgio – Mais do que um fato, eu gostaria de apresentar uma caracterstica do povo de Marilndia. Na nossa tranquila comunidade ainda podemos ver nos fins de tarde, ou mesmo em algum outro momento do dia, pessoas conversando nas portas das casas ou sob uma sombra. bonito ver que ainda temos lugares assim, onde a vida partilhada e a convivncia amigvel faz com que os dias tenham outro sabor.
Folha – Alm de proco de Marilndia, o senhor Vigrio Geral Diocesano (Diocese de Divinpolis-MG). E embora o senhor tenha diariamente sua inteira disposio uma Assessora para l de especial e competente (assessora que atende pelo nome Nossa Senhora do Desterro...), o Desafio ou a Rotina (ou ambos...) no devem ser fceis de enfrentar. Como conciliar, sem prejuzo da Qualidade?
Padre Paulo Srgio – A misso de um padre nem sempre fcil, mas temos conscincia de que no a realizamos sozinhos, somos apenas instrumentos nas mos de Deus. Divido meu tempo da seguinte forma: de tera at quinta-feira fico em Divinpolis ajudando nosso bispo Dom Jos Carlos na istrao da Diocese; e de sexta-feira a domingo fico na Parquia de Marilndia. Mesmo assim, muitas vezes tenho que sair nos fins de semana para alguma atividade diocesana. Tenho ainda outras tarefas alm dessas e me esforo para cumpri-las. Sei que tenho falhas, mas conto a ajuda de pessoas e com a graa de Deus.
Folha – Relembrar Reviver. De Dezembro de 2009 a Dezembro de 2010, a ainda ento Parquia de Nossa Senhora da Conceio Aparecida, de Cludio-MG, celebrou seus 150 anos de existncia, por sinal gloriosa e fecunda. Quem presidiu as comemoraes, ricas e que deixaram marcas, foi justamente o senhor, na poca da Parquia de Cludio, desmembrada em 2017. Agora, dez anos depois, o senhor preside a celebrao do Sesquicentenrio da Parquia de Nossa Senhora do Desterro, de Marilndia. Mera coincidncia ou Providncia explcita?...
Padre Paulo Srgio – Celebrar o Sesquicentenrio da Parquia de Cludio foi uma experincia maravilhosa e nica. Fiquei muito feliz com o envolvimento de todos nas atividades ento desenvolvidas. O que mais me marcou foi a realizao da Adorao ao Santssimo Sacramento durante 365 dias, de 7:00 horas da manh at as 19:00 horas. Fizemos uma escala para que sempre ficasse uma pessoa durante uma hora em viglia diante de Jesus na Eucaristia, rezando, agradecendo e pedindo a Deus pela Parquia, pelas famlias e por toda a cidade de Cludio. Foram raros os momentos em que ficou uma pessoa s em orao, sempre havia mais pessoas. Um gesto muito nobre e muito bonito dos fiis de Cludio que me marcou muito. Em Marilndia terei o privilgio de viver o Sesquicentenrio da Parquia de Nossa Senhora do Desterro. Considero uma graa de Deus.
Folha – Fique vontade para sua mensagem final. Em particular aos membros da Parquia de Nossa Senhora do Desterro e aos paroquianos e amigos que o senhor cultivou como proco de Cludio.
Padre Paulo Srgio – Primeiramente quero agradecer ao amigo Geraldo Tadeu e ao Thiago Gis, Diretor Executivo da Folha Claudiense, pela oportunidade a mim concedida de falar sobre a Parquia de Nossa Senhora do Desterro nesse prestigiado jornal. Celebrar o Sesquicentenrio de uma Parquia uma oportunidade que Deus nos concede para reconhecermos a sua presena junto ao seu povo, demonstrando cuidado e amor. uma especial oportunidade para renovar a F num Deus que caminha com seu povo e realiza maravilhas entre ns. Ao querido povo de Cludio quero dizer que fui agraciado por Deus por ter tido a oportunidade de trabalhar e viver nessa cidade, por pouco mais de 2 anos, e de conviver com esse povo amigo e acolhedor, e que faz jus ao nome que tem de Cidade Carinho. Ao querido povo de Marilndia quero dizer que me sinto muito feliz de estar com vocs, sobretudo nesse momento histrico dos 150 anos da Parquia. Com vocs conheci a devoo a Nossa Senhora do Desterro e amar ainda mais Nossa Senhora, me de Jesus e nossa, que trago no corao desde sempre. Convidamos todos, quem de Marilndia e quem no , para juntos rendermos graas a Deus pelos 150 anos de Evangelizao na terra de Maria. Deus seja louvado por tudo e por todos!!!
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